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MULHERIL IIII


“As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu”

Incômoda, a frase acima tem rodado o mundo das artes acrescidas de informações que chocam ainda mais: “Apenas 6% dos artistas em exposição são mulheres, 60% dos nus são femininos”. Esta estatística se refere a um dos acervos de arte maior importância da América Latina, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), fundado há mais de 70 anos por Assis Chateaubriand, e com cerca de 10.000 peças catalogadas.

As informações do texto são atualizadas a cada exposição em que as artistas do coletivo Guerrilla Girls são convidadas, ou não, para expor. O grupo surgiu nos anos 80, nos Estados Unidos, com a intenção clara de desmistificar o mundo da arte que não vive somente do belo, mas também da misoginia e do racismo. Guerrilla Girls trazem a nós uma perspectiva sombria, mas que tem sido aos poucos, e com base na luta, esclarecida. É preciso ocupar!

Com discursos diversos, e por vezes polarizados, a pessoa feminina tem sido confrontada e colocada à prova à medida que se permite expor. Mas uma vez se pergunta: ‘uma mulher fala sempre como uma mulher?’. Não se tem resposta objetiva a questão posta por Virginia Woolf, mas há, sem dúvida, esforços contínuos em abrir espaços para que seja pensada, debatida e regurgitada em diversas expressões.

Auto retrato de Diná Oliveira, 2018

Como parte desses esforços em debater e dar visibilidade a produção feminina nas artes, a Galeria de Arte Vitória Barros faz a 4ª Mostra Mulheril. Já conhecida pelo público, a exposição deste ano contou com uma chamada pública para agregar artistas de várias localidades. Ao todo são 14 artistas participantes. “Fizemos uma chamada pública para que as artistas inscrevessem suas propostas e assim construíssemos um diálogo com diferentes mulheres, e não uma seleção baseada em quem já conhecíamos”, diz Natacha Barros, curadora da mostra e também expositora na edição.


Tessituras de um Rio de Heldilene Reale, 2017

Temas caros ao gênero, como corpo e sexualidade, estão lado a lado com discussões sobre religiosidade, exploração do trabalho e Amazônia, como nas obras da artista Heldilene Reale, que enviou de Belém as suas “Tessituras de um rio”, registro de uma vivência afetiva com a região. A artista, junto com Ceci Bandeira, Joyce Ikeda, Suely Gomes e outras, irão compor uma mesa na noite de abertura da exposição a fim de compartilhar suas trajetórias e impressões artísticas.

A exposição ficará aberta para visitação até o mês de abril, quando dá lugar a 10ª edição da Mostra Fotográfica Ver-a-cidade de Marabá. Durante o Mulheril, a Galeria terá uma programação vasta, com Rodas de Conversa, Workshop de Desenho com Modelo Vivo, Sarau, Lançamento do Livro da poeta Deise Amorim, da cidade de Novo Repartimento, além de uma programação especial no dia 8 de março, que é duplamente especial, pois se comemora o dia Internacional da Mulher, e também os 16 anos de Galeria de Arte Vitória Barros.

Serviço:

4ª Mostra de arte Mulheril

Abertura + roda de conversa com artistas: 15 de fevereiro de 2019, às 19h.

Visitação até 12 de abril de 2019

Local: Galeria de Arte Vitória Barros, na Av. Itacaiúnas, 1519. Novo Horizonte, Marabá.

Contatos: 94 3324 1258

galeriadeartevitoriabarros@gmail.com

imagens:

1. Autorretrato de Diná Oliveira, 2018.

2. Tessituras de um Rio de Heldilene Reale, 2017.


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