Nesta sexta-feira, 28 de setembro, a Galeria de arte Vitória Barros trará à exposição as pinturas a óleo do artista José de Lima Balbino, que é natural de São Miguel do Guamá, região nordeste do Pará.
José de Lima Balbino é licenciado em artes visuais desde 2016, mas foi ainda na escola primária que, incentivado por professores atentos às suas aptidões, iniciou seus estudos de pintura. Aos quinze anos passou a se dedicar ao desenho e a pintura, e aos dezessete já comercializava obras com motivos históricos, lendas, rios e igarapés de sua cidade.
Nesta mostra o artista nos traz uma abordagem impressionista das paisagens da região, ilustrando cenas bucólicas e bem iluminadas. A exposição “Cores Vivas, Vivas Cores” faz uma visita ao período histórico da arte através da visualidade e também pelas técnicas utilizadas em sua feitura, a pintura a óleo em grandes telas e o modelo vivo.
As obras da mostra alimentam um saudosismo cosmopolita da Belle Époque, do final do século XIX, fundado pelo Impressionismo e a Art Nouveau francês, retratando os aires de modernidades que algumas cidades brasileiras passaram, como no caso de Belém, e outras poucas como Manaus e Rio de Janeiro, ambas por serem motrizes da economia nacional à época. Largos passeios a lá os boulevards de Paris foram inspiração para uma nova organização do espaço que naquele momento se modelavam ao circuito mundial da cultura burguesa, que vinha a esteirada dos canais de "circulação das mercadorias, dos capitais e dos bens de produção, o que implicava bem definir o sentido da mundialização da economia capitalista[...]".¹
Meninas na canoa II, 2016 (60x80cm); Ponte sobre o Rio Guamá, 2017 (70x100cm); Paraty, 2015 (63x75cm)
A exposição "Cores Vivas Vivas Cores" está em sua segunda mostra pelo Pará, sendo exibida em 2017 no Sesc Castanhal, espaço que o artista vem se relacionando desde os anos de 1999, quando realizou uma individual no espaço e novamente no ano de 2001.
José de Lima Balbino também tem em sua trajetória participações em algumas exposições importantes no estado, como na cidade de Belém, na Mostra coletiva Abril para Arte (2002), na Galeria Municipal de Arte; e, no 26º Salão Arte Pará (2007), que sob a curadoria de Paulo Herkenhoff foi selecionado com a obra “carabinas I, II e III”, na qual as armas mencionadas foram recobertas por manchetes de jornais que noticiavam o desalento político como a corrupção e abandono social no estado. Na mesma mostra, participaram também os artistas marabaenses Antônio Botelho, Marcone Moreira e Vitória Barros, ambos artistas categorizados pela dita ‘visualidade amazônica’, um conceito que se fixou como tradição na década de 80 e recebeu reconhecimento nacional através de grandes nomes da arte paraense como Osmar Pinheiro e Emanuel Nassar. Para o curador, a mostra reuniu "artistas de origem popular e artistas que amorosamente buscam nas tradições visuais do Pará o motivo plástico para sua obra”.
De pintura erudita a tradição popular, José Balbino nos traz um belo motivo para visitarmos a Galeria Vitória Barros.
¹ Geraldo Mártires Coelho. Na Belém da belle époque da borracha (1890-1910): dirigindo os olhares