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NOVA AQUISIÇÃO AO ACERVO DO INSTITUTO DE ARTES VITÓRIA BARROS - IAVB


Obra doada pelo artista marabaense Edmilson Gomes,

compunha a exposição INSERVÍVEIS, realizada em maio de 2017, na seda da ARMA.

Uma intensa agitação cultural ocorreu na década de 1990 em Marabá. A articulação dos artistas foi tamanha que no final desta mesma década diversas categorias se organizaram para constituir associações de classe a fim de se fortalecerem mutuamente. A criação da Associação dos Artistas Plásticos de Marabá (ARMA) foi um grande propulsor para a produção das artes visuais na cidade, com apenas dois anos de existência contava com cerca de 40 associados. Dos artistas que tiveram ativa participação neste momento histórico, Edmilson Gomes Almeida (1970) é um nome que mantém o desejo e interesse pela produção. Sócio Fundador e Presidente da ARMA por dois mandatos, 2011 a 2015, Edmilson realizou interessantes incursões pela experimentação artística, incentivado pelas atividades e ações de interiorização realizadas pelo Governo do Estado na década de 2000, através de instituições culturais como Fundação Curro Velho e Instituto de Artes do Pará (IAP), hoje integradas na Fundação Cultural do Pará.

Do nanquim e pintura a óleo o artista passou a explorar expressões plásticas até então para ele incomuns e do cotidiano se ateve aos materiais descartáveis como os metais, que lhe renderam boas criações e reconhecimento em Salões e Prêmios no Pará, além de participação noutras exposições regionais e nacionais junto a outros artistas marabaenses que também se projetaram no período. Após uma ausência do cenário das artes, Edmilson Gomes realizou neste 22 de março de 2017, na sede da ARMA, no bairro Novo Horizonte, a exposição Inservíveis, na qual mostra ainda o vigor das suas experimentações com os metais recicláveis. Cerca de 25 obras compunham a mostra, e logo pode-se perceber o zelo e comprometimento do artista na apresentação de seus trabalhos. Seus objetos trazem a ideia do artista que recria para saltar aos olhos as possibilidades que esse mundo descartável oferece. Criando cuidadosas colagens com alumínio, a profusão de rótulos douram as obras, reforçada pela moldura em madeira de pinho, muito bem acabado. As tampinhas que já lhe foram tão abundantes, hoje aparecem racionalizadas em composições lúdicas e em painéis como vitrines de museu a mostrar os objetos históricos. A obra doada ao IAVB, pertence a série de objetos que trazem a grade como pano de fundo para a figura do metal empastado, que saliente parece agarrar-se na trama, numa composição de leveza e rigor formal.

Natacha Barros,

Curadora do acervo IAVB

[Texto e imagens]


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