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DOMINGOS NUNES Marabá bucólica

É dia, ainda cedo, se pode ver no outro lado do céu a lua desaparecer de fininho entre as nuvens varadas de sol. A sensação da madrugada se vai em um gole d’água. É chegada a hora do trabalho. Os cachorros correm na rua, há choro de criança e peixe tratado na orla, aberto ou inteiro. Ela vai com seu menino do lado pro rio. E diante de nós, ela volta, retratada por Domingos Nunes.

Podem ser dias quentes, com nuvens densas povoando um céu azul, ou na exuberância dos tons de profundos verdes; nestes cenários se desenrolam muitas das narrativas visuais de Domingos Nunes. Temos tudo que precisamos para criarmos em nossa cabeça nomes, rotinas e histórias para esses personagens que nos são apresentados. Nos seus rostos, carregam o indício para que possamos pensar: Quem poderiam ser essas pessoas? De onde vêm, ou por que estão ai?

Essa elaborada trama proposta por Domingos é resquício de sua ancestralidade, faz parte de sua própria história pessoal que se desdobra numa longa jornada coletiva de trabalho pelas terras daqui e, portanto, inexorável a própria história social de Marabá.

Como um dos artistas vivos mais celebrados no cenário cultural marabaense, Domingos Nunes possui obras em inúmeras instituições públicas e acervos particulares da região. Sua produção é tanto motivada pelo movimento de desenho chamado Nanquim Amazônico - inspirado por Augusto Morbach - quanto motivador para tantos outros artistas que se seguiram.

Nesta última exposição do Programa Galeria Aberta 2019, a equipe Vitória Barros tem muito prazer em apresentar a produção mais recente de Domingos. Acreditamos que, para além do compromisso em provocar novos olhares, devemos sempre ter a consciência de estarmos em parceria com a tradição da nossa cidade.


Natacha Barros



Visitação prorrogada até 07 de fevereiro de 2020

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